Quiet quitting: o fenómeno das saídas profissionais silenciosas

Nos últimos anos assistimos ao crescimento do quiet quitting, um fenómeno que está a afetar as organizações empresariais de uma forma subtil e discreta, tornando-o imprevisível.
abandono profissional

Nos últimos anos assistimos ao crescimento do quiet quitting, um fenómeno que está a afetar as organizações empresariais de uma forma subtil e discreta, tornando-o imprevisível.

O quiet quitting representa um desafio significativo para as empresas, uma vez que, pode prejudicar a produtividade, a moral da equipa e a reputação da organização.

Ao longo deste artigo iremos explorar o conceito de quiet quitting, as razões que levam à existência deste fenómeno, o impacto que pode ter nas organizações, assim como, algumas estratégias que podem ajudar a sua empresa a lidar com o mesmo.

Quiet Quitting: o que é?

quiet quitting
© Unsplash

O abandono profissional, se assim quisermos traduzir a expressão para português, é um fenómeno no qual as pessoas se afastam gradualmente do seu trabalho ou responsabilidades, sem se demitirem explicitamente ou expressarem a sua insatisfação. Este fenómeno ostenta o potencial de minar a produtividade, reduzir a moral da equipa, criar uma perda de criatividade e minimizar o sucesso geral de uma organização.

O abandono pode ser compreendido como um precursor da rotatividade de profissionais. Todavia, o quiet quitting também tem sido associado ao burnout e ao sentimento de estar sobrecarregado.

Razões que levam ao quiet quitting

Algumas das razões que levam os trabalhadores a optarem por sair silenciosamente dos seus empregos são:

  • Descontentamento não expresso: Os trabalhadores podem sentir-se insatisfeitos com a sua posição, ambiente de trabalho ou cultura organizacional, mas optam por não expressar abertamente as suas preocupações por medo de retaliação ou de serem mal vistos pelos seus pares.
  • Melhores oportunidades: Às vezes, os trabalhadores recebem ofertas de emprego mais atraentes e decidem fazer a transição sem comunicar a sua decisão à empresa atual.
  • Questões pessoais: Problemas pessoais, como a saúde, família ou mudanças na vida, podem levar os trabalhadores a saírem de uma forma repentina dos seus empregos sem aviso prévio.

Impacto nas empresas

quiet quitting
© Unsplash

O abandono profissional por parte dos colaboradores apresenta um conjunto de consequências negativas para as empresas, como por exemplo:

  • Perda de talentos: As empresas podem perder trabalhadores valiosos sem ter a oportunidade de tentar retê-los ou de planear a sua substituição adequadamente.
  • Efeitos na equipa: A saída repentina de um trabalhador pode alterar o ambiente de trabalho e afetar a moral e a produtividade de toda a equipa.
  • Reputação da empresa: pode prejudicar a reputação da empresa como empregador e tornar mais difícil atrair e reter talentos no futuro.

Estratégias para lidar com o quiet quitting

Algumas estratégias que as empresas podem adotar de modo a mitigar os impactos do quiet quitting são:

  1. Criação de uma cultura de feedback aberto: As empresas podem encorajar os trabalhadores a expressarem as suas preocupações e feedback de uma forma aberta e construtiva, o que pode ajudar a identificar problemas antes que estes se tornem num motivo para o quiet quitting.
  2. Investimento em programas de desenvolvimento profissional: A oferta de oportunidades de desenvolvimento profissional e de crescimento dentro da empresa pode ajudar a reter talentos e a reduzir a incidência do quiet quitting.

O quiet quitting é um fenómeno preocupante que se está a tornar cada vez mais comum nas organizações modernas. Ao criar uma cultura de transparência, incentivar o feedback aberto e investir no desenvolvimento profissional dos trabalhadores, as empresas podem reduzir a incidência do quiet quitting e promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo para todos os elementos envolvidos.

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